domingo, 27 de dezembro de 2009

Só para adoradores de ondas


Aqui nos Lisboa, o céu está azulinho, azulinho e não se vê vento a cirandar por aí, mas se as previsões não falharem, de segunda para a frente as coisas vão estar bem diferentes. Vamos ter chuvinha, ventix, e mar. Muito mar. No Ocean Prediction Centre, as indicações são de "Storm". No Weather On Line, a altura prevista do mar junto à costa oeste é de oito a nove metros, na região centro. E o WindGuru fala de ventos de quase 30 nós para quarta-feira e ondas também entre os oito e os nove metros (as mais altas parecem ser perto de Peniche). Não vai ser provavelmente nenhum recorde de altura mas há uns tempos que ando a seguir isto do tempo e desde então não me lembro de ver ondas de nove metros aqui na costa oeste. Para quem lhe tem respeito mas gosta de o ver no seu pleno, vai ser um espectáculo a não perder!

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Por um triz!


Quem vai para o mar sabe que o deixar terra envolve riscos e que em casos mais arriscados, ou com menos sorte, o risco pode ser a própria vida. Sabemos disso e no entanto aceitamos o jogo do mar, senão todos os dias, de vez em quando. O que não esperamos é que a falta de sorte ligada ao mar nos venha bater à porta em terra. Mas, literalmente falando, foi o que aconteceu com os donos de 22 barcos que se encontravam na Marina do Freixo, na cidade do Porto, e que foram ao fundo com o rebentamento dos pontões que os seguravam, tudo isto no seguimento das cheias biblícas ocorridas ontem no rio Tinto, o qual vai desaguar mesmo junto à marina. Os brasileiros têm uma expressão para isto, "puta azar". E é mesmo. 22 barcos a irem ao fundo numa marina! No meio de tanto azar, tenho que me considerar um felizardo. Tive o Honda Marine IV durante dois meses na Marina - da qual, aliás, só tenho a dizer bem - e há nove ou dez dias atrás, resolvi voltar com ele para o mar, aproveitando a micro-janela de tempo "so so" que se pôs por essas alturas. Se lá tivesse ficado, é muito provável que o dito cujo também tivesse ido para o fundo do Douro. Brrrr.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Pronto para partir outra vez


Tirando amanhã de manhã, e mesmo assim com umas boas reticências, o tempo não se apresenta famoso nos próximos dias para o Honda Marine IV se fazer ao mar para a última etapa do projecto Por Mares e Rios de ligar toda a costa portuguesa, e entrar em todos os rios navegáveis, num semi-rígido, em solitário ou quase. Mas que vontade de me fazer ao mar não me falta, não falta não. Sair da doca de recreio de Peniche, ir até às Berlengas (caso seja possível), passar pela Ericeira, Cabo da Roca, Guincho, o Raso, e voltar com o barco a Cascais de onde parti há uns meses atrás, é extremamente tentador. Como é possível que até tenha dificuldade em concentrar-me noutras coisas só de pensar nesta etapa final que vai ter pouco mais de 40 milhas? Assim como é possível que já esteja a pensar em dois novos projectos, também em semi-rigido - um no Atlântico e outro no Mediterrâneo? Decididamente, se tudo correr bem até ao fim deste - e agora já falta tão pouco - não terá sido daquelas experiências que chegou a primeira!

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Peniche City



Depois de quase dois meses de sistemas frontais atrás de sistemas frontais, a alta pressão que se "pôs" em cima da Península entre sábado á tarde e hoje de manhã, permitiu alguma acalmia do mar e o Honda Marine IV lá se fez novamente ao mar. Desceu no domingo do Porto até à Figueira da Foz e ontem veio da Figueira até Peniche. Era para seguir até Cascais mas, sobretudo ontem, o mar estava agreste, e foi ficando cada vez mais agreste com o passar das horas pelo que o trecho Peniche - Cascais, o último que falta para completar a volta a Portugal de semi-rigido, fica para daqui a uns dias. Como registro ficam muitos bons momentos mas há um, em particular, que me surpreendeu. As chamadas "covas" junto ao Cabo Carvoeiro. Nunca tinha visto nada assim. O mar já estava com alguma ondulação e o rebentamento de alguma espuma. As vagas vinham de NE, primeiro com 1,5 metros de altura, depois 2,0 e já perto do Carvoeiro com uns 2,5 metros, mas juntamente com isto tínhamos mareta de NE provocada pelo vento siberiano da alta pressão. Parecia um pouco o trecho de Tróia para Sines há uns meses atrás, mas menos violento. Fázivel, quase no limite. O que não esperava eram as tais covas. A junção de dois grupos de ondas, seguido da junção de dois grupos de cavas. Quando dei por mim, a onda tinha uma crista bastante mais alongada que uma onda normal, e a cava era tão grande que o HM IV cabia todinho lá dentro. Brrr. Felizmente só durou uns breves momentos. 10 segundos, 30, 60? Chegar à enseada de abrigo de Peniche soube tão bem...

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Ele (também) quer atravessar o Atlântico em solitário



Chama-se Geoff Holt, é um inglês paraplégico e, à semelhança de qualquer um de nós, também tem sonhos, sonhos náuticos. E o dele é nada mais nada menos que ser o primeiro paraplégico no mundo a atravessar o Atlântico em solitário. E, no que mostra que os teimosos e obstinados por vezes também vencem, conseguiu os patrocínios necessários para a construção de um catamarã de 18 metros especialmente concebido para ele e a sua cadeira de rodas, e está apenas à espera de uma janela de tempo razoável para se fazer ao mar. Espera conseguir completar a travessia em 30 dias e a única ajuda que vai ter é a de um enfermeiro, o qual vai unicamente ajudar Geoff em tarefas básicas diárias sem qualquer interferência na mareação do barco. Se a viagem em si já seria interessante de ser seguida, realizando-se em plena época invernal vai ser mais interessante ainda.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

O brinquedo mais recente


Chama-se "Eclipse", tem 557 pés (o que faz dele o maior barco de recreio do mundo), está a acabar de ser construído no estaleiro Blohm + Voss em Hamburgo e é o mais recente iate de do multimilionário russo Roman Abramovitch. Não se conhecem ainda muitos dos seus detalhes, nomeadamente a motorização, mas em termos de interiores, o Eclipse vai ter, entre outras coisas, uma estação anti-mísseis, um submarino, diversas divisões (entre elas a master cabine do barco) blindadas, e vidros à prova de bala. Em matéria menos bélica, o barco vai ainda ter duas piscinas, um ginásio, spa, dois heliportos, e vários barcos de apoio. Quanto ao custo, essa é a grande incógnita. Há quem fale em 280 milhões de euros, há quem fale em 400 milhões, e há quem fale em um bilião. Com este barco, Abramovitch passa a ter um total de quatro iates, todos eles pouco pequenos!