domingo, 31 de janeiro de 2010

Groupama 3 partiu


Após semanas de espera, o trimarã gigante Groupama 3 com Franck Cammas como skipper partiu da ilha de Ouessant, na Bretanha, para a sua nova tentativa de bater o recorde de volta ao mundo à vela que desde 2005 se mamtém em 50 dias 16 horas e 20m. Apesar das condições meteorológicas não serem as ideais - o vento à partida é de 20 nós do quadrante norte mas a passagem do Cabo Finisterra sem problemas depende de uma janela de ventos favoráveis que, para já, só vai durar três horas - se tudo correr bem, o Groupama 3 poderia chegar ao Equador em cerca de seis dias o que é considerado por Franck Cammas como "minimamente aceitável" para um possível novo recorde.

Nos mares da Póvoa


Estava agendado há quase três semanas mas devido às nacionais-burocracias, parecia um daqueles partos que duram nove meses e nem menos um dia. Mas, enfim, lá aconteceu, o teste do primeiro Bavaria 32 chegado a Portugal. Foi no sábado passado na Póvoa e embora a mim me tenha calhado a função de fotógrafo de serviço, gostei, gostei muito mesmo. Gostei do barco, da maior dos seus detalhes embora não de tudo - mas também até hoje ainda não gostei de nenhum barco da cabeça aos pés - gostei muito da equipa dos testes - eu, o comandante Rui e o comandante TokaToka - e gostei muito do Sr Vagueiro, o meu companheiro de oceano Atlântico num pequeno barco de fibra de cinco metros de onde foram feitas as fotos do Bavaria. Depois com uma saída à noite com os amigos, acabou por ser um dia de 22 horas, mas valeu!

sábado, 16 de janeiro de 2010

À espera, novamente, de tempo razoável


Enquanto tento descobrir tempo para começar a escrever um livro das aventuras vividas na minha recente travessia de Portugal em semi-rigido, os planos para a próxima aventura já se começam a delinear. Neste momento, as minhas inclinações vão para uma travessia oceânica em hobbie cat mas vamos ver. Tenho que estudar uma série de coisas antes de dizer go, go, go. Pode ser que consiga, pode ser que não, mas como tenho pouco para fazer, é onde estou agora a concentrar os meus pinsamentos de Primavera e Verão. Posto isto, gostava de aproveitar aqui para mandar um pedido lá para cima, para o São Pedro, para ele me dar uma janelinha de bom tempo na semana que vem, para eu puder ir para o mar fazer um teste de vela xpto nos nortes. Ao que parece depois do dilúvio dos últimos dias, e de hoje ainda no dito norte - o Windguru fala em 17mm, nem sei o que é isso, deve ser uma piscina cheia de água - entre terça e quinta vamos ter tempo aceitável. Ojalá!

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Só em terra


O anúncio oficial deve ter lugar hoje mas ao que tudo indica a original ideia de virmos a ter uma feira de barcos dentro de água como parte do Lisboa Boat Show vai ficar em águas de bacalhau. Para além da conjuntura não ser a mais simpática, os preços cobrados pela AIP para quem quisesse ter barcos na Marina do Parque das Nações como parte da feira não terão entusiasmado muitos potenciais expositores na água. É pena. O outro lado da moeda é que as empresas e particulares que quiserem trazer barcos, novos ou em segunda mão, para a marina e promovê-los lá por sua conta, estão livres para o fazer. E, entre os vários que poderão vir a estar lá nessa base, um, pelo menos, é uma atracção garantida. Trata-se do único Cigarette de última geração existente em Portugal, o qual atinge uma velocidade de 90 nós!

domingo, 10 de janeiro de 2010

Recuerdos de uma aventura

Enquanto vou tentando organizar-me para arranjar tempo para fazer um livro sobre a pequena grande aventura que foi a travessia do Portugal continental na água, aqui ficam umas fotos de alguns dos lugares espectaculares por onde passei e de algumas das muitas pessoas maravilhosas que encontrei no caminho.


No rio Minho, com o comandante Rui Silva e a jovem campeã de remo Carolina.


Na Marina do Freixo, com o espectacular responsável da mesma, o João Pinheiro, e dois outros tripeiros, também eles entusiastas de semi-rigidos.


No Pocinho, com António Ferreira e Beatriz Máximo, dois abragoneses apaixonados por tudo o que é norte em geral e pelo Douro em particular.


Com o Sr Benjamim, a arranjar gasolina na aldeia de Escalhão, onde nunca nenhum barco alguma vez chegou por água, nem nunca vai chegar!


Os veleiros, estacionados no pontão da Avela, em Aveiro, os meus "amigos" na cidade dos canais (os amigos, amigos, estava tudo ocupado!).


Na Figueira, em casa do Jorge Roque e família, com a maravilhosa cataplana feita em tempo recorde pela mulher, a retemperar de um almoço a seco que tive no mar nesse dia!


Em Peniche, com o amigo Zé do Clube Náutico de Peniche, pronto a carregar um jerrican no HM IV (que felizmente não foi preciso).


No Tejo, perto de um a princípio carracundo mas depois conversador pescador da aldeia do Escaroupim.


Perto de Benfica do Ribatejo, com uma tripulação de quatro velejadores bem dispostos que estava a passar o fim de semana em Valada.



No Sado, na aldeia de Vale de Guizo. Não se vê gente mas a família da tasca local merecia estar aqui. A preocupação em ainda voltar para o mar e chegar a Sines com luz, fez-me esquecer tirar uma fotografia!


Junto à entrada do rio Mira, a pedir informações à prestável tripulação do "Estrela da Manhã" (quem disse que em Vila Nova os pescadores não ajudam?).


Dois penichenses simpáticos que "emigraram" para Lagos devido às restrições locais para passeios marítimo-turísticos e que ficaram entusiasmados em fazer uma travessia parecida com a nossa!


Na Ria Formosa, onde a tripulação era constituída pelo Zé Tó Pina Serra e o Luís Carvalho que depois ajudaram, e muito a trazer o Honda Marine IV para revisões na Honda, em Albarraque.


Algures entre Olhão e Tavira. Sem pressas nem stress!


A ilustre tripulação da subida do Guadiana: o Topi (à direita), o Miguel Vilar (ao centro), e o Fernando Aleixo (à esquerda).


Mais de 50 anos de experiência tinha este amigo pescador de Penha de Águia o qual, apesar de reformado, ainda se lembrava das muitas passagens do Guadiana na sua zona na qual era preciso ter-se cuidado.

Lisbon quê?


A menos de três semanas da abertura do Lisboa Boat Show, há ainda muitas dúvidas sobre o que vai ser este grande esforço da AIP para dar uma nova vida ao que já foi um grande salão de barcos. Miguel Anjos, o homem da AIP para a feira, bem que se tem desdobrado em esforços, mas a sua tarefa não é fácil. O número de dias da feira foi reduzido, e ainda bem, para quatro - de 03 a 07 de Fevereiro - e ao que tudo indica vai haver uma série de eventos paralelos à feira, incluindo uma regata de match racing, para além da chamada feira na água. O número de expositores, porém, não deve ser muito superior ao do ano passado, o qual foi o mais baixo desde há muitos anos, e a realização da feira na água ao que parece ainda não está completamente assegurada devido aos preços que a AIP quer cobrar pelos barcos na água. A ver vamos o que vai acontecer.

sábado, 9 de janeiro de 2010

Marina de Cascais, aqui Honda Marine IV chama


Missão cumprida. O Honda Marine IV acabou a sua travessia da costa de Portugal continental, juntamente com a subida de praticamente todos os rios navegáveis ao longo do percurso. A última etapa, de ligação de Peniche a Cascais, teve lugar no sábado passado e foi feita em condições quase ideais. Ceú ensolarado, ondas oceânicas de 2,0 a 2,5 metros espaçadas e muito pouco vento, de nordeste. As 47 milhas que separam a marina de Peniche da sua congénere de Cascais foram feitas em aproximadamente três horas incluindo várias micro-paragens para fazer fotografias da costa. O único contratempo foi a grande quantidade de água de chuva das últimas semanas que se acumulou no fundo do casco e que não só tornou o barco mais pesado como me obrigou a ter que estar quase permanentemente com a bomba de fundo do HM IV em funcionamento. Só depois de passar o cabo da Roca é que deixei de ter água no conves! Antes de sair de Peniche tinha-se tirado toda a água à vista (cortesia do Clube Náutico de Peniche que foi impec a tomar conta do barco nesta sua estadia pelas terras do oeste) e nada fazia antever que ainda havia ainda centenas - sim, centenas - de litros escondidos no interior do casco. Só quando saí para o mar aberto é que este "segredo" se revelou. Cada vez que tentava pôr o barco a planar, Os 400 ou 500 litros de água no interior do casco provocavam uma concentração de peso à popa de tal ordem que o barco não se conseguia levantar. E como se isso não fosse suficiente, quando reduzia a velocidade sem ser muito suavemente, a inclinação do barco para trás ainda me fazia entrar também água salgada nele, por causa do refluxo da ondulação lateral provocada pelo deslocar do barco! Inicialmente ainda pensei em abortar a etapa e por duas vezes voltei para a baía interior de Peniche, mas depois percebi que desde que só subisse o trim quando o barco já estava bem embalado, ele não ficava com tanto peso à popa e equilibrava-se melhor. Descoberto isto, decidi tentar seguir pelo menos até à Ericeira. Passadas poucas milhas a situação pareceu-me sob controlo e até já conseguia levantar um pouco o trim, e decidi tentar seguir até Cascais, embora nunca fosse totalmente descansado. Quando cheguei à simpática vila de Cascais, fiz o oito final a alta velocidade que fiz em todos os finais de etapa e só então senti o HM IV já quase em forma, se bem que ele ainda tenha ficado, certamente, com uns 200 litros de água doce lá dentro. Terminado que está este espectacular projecto - para o qual várias ajudas foram preciosas, nomeadamente a da Honda, a Mútua, a Plastimo e do comandante Rui Silva - é tempo de reflexão mas o bichinho de fazer algo do mesmo género, na primavera ou no verão que vai vir por aí, quando esta chuva toda e este frio nos resolverem deixar, já está a trabalhar!