quinta-feira, 5 de novembro de 2009

O herói do dia


A subida do Douro do Honda Marine IV inserida no projecto Por Mares e Rios, teve, como tudo o que mete mar em particular e água em geral, as suas peripécias. E uma delas, que nos ia complicando a vida, foi a falta de gasolina do Pinhão para cima, até Espanha. Esperávamos que houvesse uma ou outra bomba perto das margens do rio mas tudo por onde passámos estava fechado, desactivado, sem gasolina ou algo assim. Quando chegámos a Barca de Alva, já mesmo a tocar em Espanha, esperávamos que lá houvesse alguma bomba. Afinal era, e é, a terra mais importante junto ao rio, desde o Pinhão. Mas não. A única bomba ficava a 18 quilómetros dali, na aldeia do Escalhão. E tínhamos uma hora para lá ir. Depois disso já não íamos conseguir chegar de volta ao Pinhão com luz do dia. Íamos ter que ficar "acampados" algures a meio do rio. Nada agradável. Arranjou-se o telefone da estação de serviço mas nem pensar em virem a Barca de Alva. Só se fosse para um abastecimento mínimo de 200 litros. Tentou-se arranjar um táxi para lá ir, mas nem pensar. Em Barca de Alva não há táxis. Tentou arranjar-se um particular que lá nos levasse mas ninguém parecia muito interessado. Até que conhecemos o Sr Benjamim o qual depois de nos falar nos problemas todos que podia ter em nos ajudar disse duas palavras mágicas: "Venha daí". Ainda hesitei mas as chatices de ficarmos sem gasolina no meio do rio eram tantas que lá fui com ele. Fomos, voltámos, tudo em contra-relógio, e quando nos despedimos, e lhe perguntei quanto devia pelo tempo e gasóleo que tinha gastado, não queria aceitar nada, e não queria mesmo. Ele que também há-de sofrer por só ter combustíveis a 18kms de onde mora. Ganhei um amigo barcófilo para o resto da vida naquele canto de Portugal!

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