quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Vem aí o caça-piratas


O seu nome oficial é LO-A e foi concebido de raiz pela marina norte americana para caçar piratas. Entre as suas muitas originais caracterísicas, destaca-se o casco, similar ao dos catamarans à vela, a velocidade de ponta - aproximadamente 60 nós - e a quantidade de armamento que pode levar a bordo, incluindo torpedos, misséis terra-terra, mísseis terra-ar, barcos anfíbios, helicópetos e outros. A marinha norte-americana já encomendou 60 unidades do mesmo (a 200 milhões de dólares/unidade) o que nos faz pensar que o problema da pirataria no Corno de África, pode ir a estar definitivamente resolvido.

domingo, 22 de novembro de 2009

Frentes, pressões, depressões e outros


Tenho sempre receio de fazer cursos de formação. De dia nem pensar mas mesmo à noite, arranjo 50 desculpas para não faze. É mais importante ficar a trabalhar (mesmo às 21-22.00?), tenho 500 outras coisas para fazer, os neurónios já não funcionam como há 20 anos atrás, o dinheiro está curto, etc, etc. Mas o de meteorologia que o ANC está a levar a cabo, e que já é o segundo do género, não podia perder. Imagino sempre que um dia vou estar no meio do mar e que posso lá ficar porque não interpretei bem uma previsão do tempo, ou uma carta de isóboras ou isto ou aquilo. Já vai a meio e confesso que apesar de uma vez ou outra já lá ter estado meio a dormir, está a valer cada minuto do dito cujo. O tema é espectacular, os professores ajudam, e alguns colegas têm comentários que nos deixam bem acordados até ao fim das aulas. Mas o mais curioso é que com tudo o que já lá aprendi, quase passava ao lado de um princípio básico de meteo que me foi ensinado na quarta classe e que só me voltou à cabeça porque hoje me pus a ler um livro sobre o tema. Dizia o mesmo, logo no primeiro parágrafo, em tom de revisão de matéria, que "Convém não esquecer que o ar é aquecido principalmente não tanto pelos raios solares directos mas sim pela reflexão dos mesmos na superfície da Terra. Claro, meu!

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Missão abortada


Há quase três semanas que andava a contar poder fazer esta semana mais uma etapa do projecto Por Mares e Rios com o Honda Marine IV, do Porto para Aveiro. A depressão que afectou o ar e o mar até segunda-terça feira foi-se e a próxima, que se anuncia mais forte que a anterior, só deve chegar quinta ao fim do dia. As previsões de pormenor, porém, assustaram-me. O Windguru mostra o tempo de feição na quinta de manhã - ventos fracos e ondulação de um metro - mas o site do Instituto de Meteorologia não é tão simpático. Dá uma ondulação de 2,0 metros - no limite do aceitável mas - e isto é que me assustou - ventos do quadrante sul de quase 20 nós, já a meio da manhã e a intensificarem-se para o resto do dia. É pena, estava mesmo com vontade de ir para o mar, mas a experiência da etapa do mesmo projecto, há uns meses atrás, da ida de Tróia para Sines com ondas de oeste com mais de 2,5 metros, algumas delas a rebentar, tirou-me o entusiasmo por me fazer ao mar neste "barquinho" com um tempo destes. Se fosse imprescindível, ia, mas como não vou apanhar nenhum comboio. e como dias mais calmos hão-de vir, é melhor esperar um pouco mais.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Casa nova


O Blue Seven tem uma nova morada. Durante três meses a sua casa vai ser a nova marina do Parque das Nações onde o barco e a Db vão viver o espírito da nova marina. A chegada à mesma teve lugar no domingo passado com o seu novo skipper, Rui Silva, aos comandos. Com ventos do quadrante oeste na casa dos 23-26 nós, a entrada não se adivinhava fácil mas para surpresa geral da tripulação, a marina está bastante bem protegida e correu tudo pelo melhor. Para quem, como nós, tinha a ideia da marina como aquela zona lamacenta e pouco hospitaleira, chegar lá e ver como está muito, mas muito mesmo, diferente, para melhor, foi como chegar à Doca do Espanhol e vê-la bonita sem obras de contentores.

Perdido

As histórias sobre o que se passou com o St Marteen, o ketch holandês que encalhou junto à foz do rio Minho há poucos dias atrás são mais que muitas mas o seu final, esse, infelizmente, não deixa dúvidas: o barco foi completamente destruído pelo mar. Após alguma pesquisa jornalística, e curiosista também, há alguns pormenores do naufrágio que se começaram a tornar claros, embora haja outros que não têm ainda, e talvez nunca vão ter, explicação. O barco dirigia-se de Vigo para a Figueira da Foz e tentou entrar no rio pela entrada sul da barra, por dentro da Ínsua Grande. Terá batido numa das várias rochas que há nesta entrada - que mesmo assim é melhor que a entrada norte - e quando tentou safar-se terá sido deitado por uma onda, os seus dois tripulantes deixando então de ter o controlo do barco. O barco terá depois ido parar ao areal a sul da barra e com o mar que estava, em poucos dias perdeu-se. Assim se perde um barco que, ao que tudo indica, era uma preciosidade com 40-50 anos.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

La Rochelle et environs


Quarta visita a La Rochelle e arredores, quarto encanto com a região, os monumentos, os barcos, e as gentes também. É longe pra burro de Paris mas que vale a pena, vale. E que aqui, talvez melhor que em qualquer outro lugar de França, dá para perceber a grande paixão que os franceses têm ao mar, dá sim. Barcos nem dá para os contar. São centenas e centenas, milhares. Em marinas e portos de abrigo mais antigos, em marinas mais modernas, dentro de água e a seco. E como as visitas têm sido sempre em trabalho, para além do lado lúdico, em todas estas vindas, tenho tido a fantástica oportunidade de ver alguma novidade mundial, seja em monocascos ou catamarans. Desta feita foi o Taiti 80, o novo "porta-aviões" da Fontaine Pajot para passeios turísticos. Não é um barco de recreio na acepção clássica da palavra, é verdade - é comercial - mas é simpático na mesma e pode custar a acreditar mas leva até 100 pessoas. Penso que quando estiver pronto - o seu lançamento está previsto para Abril de 2010 - deverá ser o veleiro com maior lotação de passageiros a nível mundial. Fantastique. Para já não dá para ver muito do barco, e como tal, a foto que resolvi deixar como recuerdo desta visita foi uma da que tirei em Rochefort, uma antiga cidade da marinha de guerra francesa, no tempo dos barcos à vela "soit disant", e que tem charme como só as terras portuárias da Charente e da Bretanha sabem ter!

sábado, 7 de novembro de 2009

Gosh



Há três semanas, com o o Rui Silva do "Blue Seven" e a Carolina Oliveira, subi e depois desci o rio Minho. Deixámos a Carolina em terra e os dois saímos para o mar, em direcção ao Porto onde chegámos já lusco-fusco. Na altura, a saída da barra do rio meteu-nos aos dois um bom bocado de respeito. Mesmo não havendo dúvidas sobre a localização da Ínsua Grande e a Ínsua Pequena, e mesmo sabendo-se que a saída só pode ser feita quase na preia-mar, rumo a noroeste, na barra propriamente dita só se vê areia por todo o lado, e depois, já no mar, sente-se que lá por baixo há rochas não muito longe do casco. Pois há poucos dias atrás, este líndíssimo ketch ficou lá preso. Segundo o António Madaíl do "Veronique", a quem se deve a foto, a tripulação terá conseguido salvar-se mas o ketch ter-se-á perdido. Uma coisa daquelas calará quanto? Pelo menos dois metros, não? Quem se lembra de entrar, em Novembro no Minho com uma coisa daquelas? Umas seis milhas a norte, o barco tinha La Guardia e umas 12 milhas a sul tinha Viana do Castelo. Como dizem os ingleses, "Gosh"!

O espírito do Wilma


Tanto quanto sei o espírito do Wilma é único em Portugal. Um barco que pertence não a uma ou duas pessoas, nem a três ou quatro, mas a 24, reunidos em torno da associação Meridiano 10 e que já funciona há uns anos, com regras bem definidas. Hoje, de passagem pela Marina de Oeiras, fui apanhar o barco a chegar de mais uma saída. Ao que parece, sai quase todos os fins de semana do ano fazendo dele, muito provavelmente, o veleiro com mais saídas naquela marina e em toda a grande Lisboa. Desta feita tinha três "wilmistas" a bordo, a Lucília Luìs (à direita na foto), o Rui Rodrigues e a Ana Trindade. Os quais, como se pode ver pelo cabelo delas, apanharam vento à séria. Mesmo tendo ido passear para dentro do rio!

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Tão bonita e ali tão escondida


Alhandra. Tive que lá ir e como sempre faço quando lá vou, fui cumprimentar o Tejo que ali é bem diferente do Tejo de Lisboa. Mais campestre, mais calmo - quando não lhe dá na telha - mas muito bonito também. Sempre com algum barco de auto-construção dentro de água ou a seco. E agora, também, lugar de boas memórias, da minha primeira subida do Tejo. Difícil esquecer o pequeno almoço que lá tomei no sábado ou domingo de Páscoa quando desci o rio sozinho. Eram oito da manhã e bebi um dos melhores cafés da minha vida. Até à próxima, terra bonita.

O gajo é mesmo especial


Jantar da Tertúlia Vélica ontem no restaurante da ANL, em Lisboa. Homenagem ao Francisco Lobato, pela sua espectacular Mini Transat 650 terminada há poucas semanas atrás e em que o "nosso" homem ficou em primeiro lugar na classe de barcos de série. 130 velejadores presentes. Ao que parece um recorde para uma Tertúlia Vélica. Foi engraçado. Já há uns tempos que não ia a estes jantares. E ouvir o Francisco falar das suas aventuras numa prova destas, e da preparação a qual foi outra aventura - seis meses antes do começo da prova ele não tinha ainda a certeza se conseguia juntar os fundos necessários para a fazer - foi deveras interessante. A forma como ele falou das condições do mar, do cansaço, das incertezas sobre as posições dos outros concorrentes, tudo aquilo pode dar a ideia que a Transat foi canjoca. "Pus um rizo no spi e o barco voava a 16, 17 nós. Com ondas de cinco seis metros pela popa e algumas a rebentar com espuma de dois metros, dava algum medo. Mas consegui passar este, este e este concorrentes e quando amanheceu já estava em primeiro". Grande Francisco. A ver se o homem consegue agora vingar também nos Figaro.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

O herói do dia


A subida do Douro do Honda Marine IV inserida no projecto Por Mares e Rios, teve, como tudo o que mete mar em particular e água em geral, as suas peripécias. E uma delas, que nos ia complicando a vida, foi a falta de gasolina do Pinhão para cima, até Espanha. Esperávamos que houvesse uma ou outra bomba perto das margens do rio mas tudo por onde passámos estava fechado, desactivado, sem gasolina ou algo assim. Quando chegámos a Barca de Alva, já mesmo a tocar em Espanha, esperávamos que lá houvesse alguma bomba. Afinal era, e é, a terra mais importante junto ao rio, desde o Pinhão. Mas não. A única bomba ficava a 18 quilómetros dali, na aldeia do Escalhão. E tínhamos uma hora para lá ir. Depois disso já não íamos conseguir chegar de volta ao Pinhão com luz do dia. Íamos ter que ficar "acampados" algures a meio do rio. Nada agradável. Arranjou-se o telefone da estação de serviço mas nem pensar em virem a Barca de Alva. Só se fosse para um abastecimento mínimo de 200 litros. Tentou-se arranjar um táxi para lá ir, mas nem pensar. Em Barca de Alva não há táxis. Tentou arranjar-se um particular que lá nos levasse mas ninguém parecia muito interessado. Até que conhecemos o Sr Benjamim o qual depois de nos falar nos problemas todos que podia ter em nos ajudar disse duas palavras mágicas: "Venha daí". Ainda hesitei mas as chatices de ficarmos sem gasolina no meio do rio eram tantas que lá fui com ele. Fomos, voltámos, tudo em contra-relógio, e quando nos despedimos, e lhe perguntei quanto devia pelo tempo e gasóleo que tinha gastado, não queria aceitar nada, e não queria mesmo. Ele que também há-de sofrer por só ter combustíveis a 18kms de onde mora. Ganhei um amigo barcófilo para o resto da vida naquele canto de Portugal!

60 metros de mastro ao mar


Ainda são só treinos, mas assusta. O mastro do BMW Oracle, o catamaran de 90 pés que vai defrontar o Alinghi na próxima America's Cup, partiu-se na terça-feira à tarde na baía de San Diego, na Califórnia, quando o barco se encontrava a realizar testes de mar. Ninguém ficou ferido e tanto o barco como o mastro partido, com 60 metros, foram rebocados de volta à base da equipa pelos semi-rígidos que normalmente acompanham o BMW Oracle nas suas saídas de mar. Para além deste mastro, que terá custado cerca de 10 milhões de euros, o BMW Oracle tem dois outros de reserva pelo que é de supor que este contratempo não vai provocar grandes atrasos no programa de treinos. De acordo com o skipper Jimmy Spithill, o importante agora é tentar perceber porque é o que o mastro partiu e voltar o mais depressa possível para a água.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Vivó Douro


Depois de um intervalo de quase quatro meses, o projecto Por Mares e Rios (PMR) de se fazer toda a costa continental de Portugal e todos os rios navegáveis num semi-rigido, voltou "à estrada", ou melhor falando, voltou à água. Foi há 15 dias, graças à carolice do Rui Silva, que se prontificou a levar o Honda Marine IV de Albarraque, a sede da Honda Portugal, para Caminha, onde estava previsto começar a segunda parte do projecto (a primeira, entre Cascais e Vila Real de Santo António, com subidas do Tejo, Sado, Mira, Arade, Gilão e Guadiana pelo meio foi realizada entre Abril e Junho). O Minho, Lima e a entrada no Douro foi feita há duas semanas, e a subida e descida do Douro teve lugar no fim de semana passado. Subida que, na sua maior parte, não estava prevista no projecto inicial do PMR mas que acabou por se fazer até Barca de Alva, na fronteira do Douro português com o Douro internacional (os cerca de 50kms de rio que na margem norte são portugueses e na margem sul já são espanhóis). E que espectacular foi. Se antes de fazer esta parte do projecto já tinha ideia de depois fazer um livro sobre a viagem, isso agora tornou-se quase um "must". Vamos ver.