sábado, 9 de janeiro de 2010

Marina de Cascais, aqui Honda Marine IV chama


Missão cumprida. O Honda Marine IV acabou a sua travessia da costa de Portugal continental, juntamente com a subida de praticamente todos os rios navegáveis ao longo do percurso. A última etapa, de ligação de Peniche a Cascais, teve lugar no sábado passado e foi feita em condições quase ideais. Ceú ensolarado, ondas oceânicas de 2,0 a 2,5 metros espaçadas e muito pouco vento, de nordeste. As 47 milhas que separam a marina de Peniche da sua congénere de Cascais foram feitas em aproximadamente três horas incluindo várias micro-paragens para fazer fotografias da costa. O único contratempo foi a grande quantidade de água de chuva das últimas semanas que se acumulou no fundo do casco e que não só tornou o barco mais pesado como me obrigou a ter que estar quase permanentemente com a bomba de fundo do HM IV em funcionamento. Só depois de passar o cabo da Roca é que deixei de ter água no conves! Antes de sair de Peniche tinha-se tirado toda a água à vista (cortesia do Clube Náutico de Peniche que foi impec a tomar conta do barco nesta sua estadia pelas terras do oeste) e nada fazia antever que ainda havia ainda centenas - sim, centenas - de litros escondidos no interior do casco. Só quando saí para o mar aberto é que este "segredo" se revelou. Cada vez que tentava pôr o barco a planar, Os 400 ou 500 litros de água no interior do casco provocavam uma concentração de peso à popa de tal ordem que o barco não se conseguia levantar. E como se isso não fosse suficiente, quando reduzia a velocidade sem ser muito suavemente, a inclinação do barco para trás ainda me fazia entrar também água salgada nele, por causa do refluxo da ondulação lateral provocada pelo deslocar do barco! Inicialmente ainda pensei em abortar a etapa e por duas vezes voltei para a baía interior de Peniche, mas depois percebi que desde que só subisse o trim quando o barco já estava bem embalado, ele não ficava com tanto peso à popa e equilibrava-se melhor. Descoberto isto, decidi tentar seguir pelo menos até à Ericeira. Passadas poucas milhas a situação pareceu-me sob controlo e até já conseguia levantar um pouco o trim, e decidi tentar seguir até Cascais, embora nunca fosse totalmente descansado. Quando cheguei à simpática vila de Cascais, fiz o oito final a alta velocidade que fiz em todos os finais de etapa e só então senti o HM IV já quase em forma, se bem que ele ainda tenha ficado, certamente, com uns 200 litros de água doce lá dentro. Terminado que está este espectacular projecto - para o qual várias ajudas foram preciosas, nomeadamente a da Honda, a Mútua, a Plastimo e do comandante Rui Silva - é tempo de reflexão mas o bichinho de fazer algo do mesmo género, na primavera ou no verão que vai vir por aí, quando esta chuva toda e este frio nos resolverem deixar, já está a trabalhar!

1 comentário:

  1. Parabéns pela missão cumprida. O sonho tornou-se realidade.Como alguém dizia: "Sempre que um homem sonha o mundo pula e avança como bola colorida pelas mãos de uma criança". Continue.

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