segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Lá continuamos a ser os "maus" do costume


Uma das ideias brilhantes do tempo do nosso querido PREC pós-25 de Abril foi a de que quem tinha um barco maiorzinho que um barco a remos tinha que ser era "facista", "capitalista" ou algo parecido. Veio a democracia, e o ter-se barco deixou de ser um pecado tão grave mas passou a ser identificado tanto a nível da comunicação geral como da rua como um sinal de fuga aos impostos. Volta não volta, quando se falava no assunto na televisão ou nos jornais, lá víamos imagens dos pontões da marina de Vilamoura e das suas grandes lanchas (porquê sempre a marina de Vilamoura?) ou de algum barco (normalmente uma lancha porque um veleiro não tem tanta "graça") em lenta evolução, e a entrar ou saír da mesma marina. A paranóia chegou a tal ponto que quando havia grandes lanchas na Nauticampo, tinha que haver, pelo menos num dia da feira, uma visita de dois ou três inspectores das Finanças aos stands das ditas grandes lanchas. Era obrigatório! Pois estamos em 2010, já meio próximos de 2011 e os barcos ainda continuam a ser dos "maus". Pelo menos é o que se pode concluir da foto acima, publicada no Público de ontem com o título "Fisco continua a ignorar sinais exteriores de riqueza". Quando será que gente que supostamente devia ter um bocadinho mais de cabeça que a maioria, deixa de atirar pedras aos "coitadinhos". Dá vontade de os convidar para uma conversa com uma cervejinha ao lado para lhes explicar que este discurso dos barcos já está muito ultrapassado e cheira a mofo.

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