sábado, 28 de agosto de 2010

Scapa Flow

O U36, irmão do U47

Já tinha ouvido várías vezes o nome mas se me perguntassem onde ficava, não fazia a mínima ideia. Até podia ser no Hawai ou nas Ilhas Marquesas, mas só agora neste mês de Agosto, quando um livro sobre a saga dos U boats me veio parar às mãos, é que me dei conta do que foi. Fica nas ilhas Orkney, a norte da Escócia, e é o nome de uma baía muito grande e quase fechada, que os ingleses tanto na primeira como na segunda guerra mundial usaram como base natural para a sua frota de guerra. Em face da sua imagem de "impregnável" e da quantidade de barcos de guerra que tinha no seu interior, era uma tentação atacá-la e o almirante Donitz, o comandante da esquadra alemã de U boats desafiou um dos seus comendantes, Ghunter Prien, a entrar na baía - e a fazer o máximo de estragos no seu interior. A única entrada da baía era
O trajecto da entrada e saída do U47 na baía

fortemente guardada e minada e era suicídio entrar por ela mas os alemães decidiram arriscar fazer passar o U boot de Prien por uma micro-entrada onde havia três navios da primeira guerra naufragados. O único espaço possível para se entrar por lá era uma pequena brecha entre dois dos três barcos onde a profundidade era de apenas oito metros na preia-mar. Em navegação abaixo da superfície, o U-47, o submarino de Prien, ainda raspou na corrente da âncora de um dos barcos mas conseguiu passar e acabou afundando um dos maiores couraçados da Royal Navy, o Royal Oak. Apesar das fortes defesas da base, na altura pensou-se que o ataque tinha sido obra de um avião. Para além do afundamento do Royal Oak, o ataque teve, na altura, um grande efeito psicológico na marinha de guerra alemã mas a aura dos U boot só durou até meados de 42. Daí para a frente, com a invenção do sonar e outras inovações tecnológicas de luta anti-submaria, as forças aliadas, aos poucos, conseguiram acabar com o domínio dos U boot. Dos 2000 que os alemães construíram entre 1939 e 45, mais de 1000 foram afundados em combate, enquanto 500 foram descomissionados por envelhecimento natural. Dos restantes, 300 foram entregues às forças aliadas no fim da guerra e 200 foram destruídos pelas suas tripulações a seguir ao anúncio da capitulação das forças Nazis. Curiosamente destes 200, dois foram destruídos nas costas portuguesas, um deles próximo de Leixões.

Sem comentários:

Enviar um comentário