sexta-feira, 17 de setembro de 2010

A visita do Bontekoning


Não é todos os dias que nos é dado o prazer de estamos próximos de um "big" veleiro mas aconteceu há poucos dias atrás em Cascais. O dito chama-se Bontekoning, tem 24 metros de comprimento e é de um holandês que conseguiu fazer o que muitos gostaríamos, juntar o útil ao agradável. O homem tem o barco, e põe-o a dar voltas ao mundo ou a navegar em lugares de sonho como o Mediterrâneo ou as Caraíbas alugando o barco, ou os seus camarotes à semana, ou à viagem. E para se ter uma ideia se o "negócio" compensa ou não, neste momento ele já está a alugar semanas, nas Caraíbas, para Dezembro! Em Cascais estava de passagem para a Holanda onde vai fazer uma revisão completa, antes de voltar para o mar, para chegar às Caraíbas no fim da época dos furacões.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

2013, em São Francisco


A próxima America's Cup começou finalmente a rolar. Numa apresentação formal do evento que teve lugar em Valência e que contou com a presença de Russel Coutts, o skipper do Bmw Oracle que venceu a última edição, ficou confirmado que ela vai ser disputada em catamarãs, ficou também confirmado que ela vai ter lugar em São Francisco, que vai haver uma série de regatas eliminatórias em barcos mais pequenos que depois vão ser usados para uma "Junior" America´s Cup, e ficou também a saber-se que as tripulações vão ser reduzidas de 18 para 11 pessoas, incluindo um operador de televisão (estes americanos!). A grande novidade, porém, é que a prova vai ter lugar já em 2013, daqui a pouco mais de 2,5 anos. Sendo o Bmw Oracle ainda uma autêntica revolução tecnológica, vai ser extremamente difícil qualquer "contender" conseguir desenvolver um barco ao nível dele em tão pouco tempo, mas a America's Cup é mesmo assim. É só surpresas. Primeiro em terra e depois no mar!

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Mundo das lanchas clássicas vai mudar



Tanto nos Estados Unidos como na Europa, enquanto os barcos à vela clássicos já vão, aos poucos, começando a despertar as atenções e até já começa a haver algumas regatas só para eles, as lanchas de recreio clássicas ainda são muito pouco apreciadas e valorizadas. Tal, no entanto, poderá vir a mudar, e já muito em breve, com a parceria que foi feita recentemente nos Estados Unidos entre dois pesos pesados entusiastas deste tipo de lanchas, Dan Mecum e F. Todd Warner. Embora desconhecido no velho continente, Dan é quase tão conhecido nos Estados Unidos como alguns políticos da ribalta, grandes jogadores de basebol ou os pastores evangélicos que entram pela casa de milhões de americanos todos os domingos pela televisão. A sua empresa Mecum Auction especializa-se em leilões de automóveis desportivos e destaca-se da concorrência por ter os seus leilões transmitidos em directo pela televisão, aos domingos! Em boa parte graças a este sistema inovador o preço dos automóveis desportivos de colecção não tem parado de subir nos últimos anos ao ponto de há poucas semanas atrás num deles, se ter batido o recorde mundial de venda de um carro desportivo em leilão. O carro, um Daytona Cobra, atingiu o valor estratosférico de 7,25 milhões de dólares. Quanto a F. Todd Warner, é um dos maiores coleccionadores mundiais de lanchas de recreio em madeira. Pois Dan e F. Todd uniram-se com o objectivo de pôr a Dan Auctions a fazer também leilões de lanchas de recreio o que segundo especilistas do ramo pode fazer o valor destas "maravilhas" duplicar ou triplicar nos próximos 12 meses. E o primeiro leilão do género já está marcado. Vai ter lugar dentro de meses e vai ser nada mais nada menos que parte da colecção de F. Todd. Mas, à boa americana, antes do "big" leilão, a Mecum Acution vai fazer uma primeira experiência nesta área já no mês que vem no Salão Náutico de Fort Laudardale na Florida, com o leilão de um só barco, a lancha Elegante de 67pes e de 1964. É uma pena que cá por Portugal já quase não haja nem lanchas nem veleiros de madeira mas quem sabe se a moda também pega!

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Vem aí mais uma Route du Rhum

É já daqui a pouco mais de um mês. Dia 31 de Outubro tem início na Bretanha mais uma Route du Rhum, uma das mais espectaculares regatas de travessia do Atlântico. Na sua décima edição, a prova vai ligar a cidade de Saint Malo com Pointe a Pitre, na ilha de Guadalupe nas Caraíbas e entre os mais de 50 barcos inscritos, contam-se quase todos oito maxi-trimarans de competição entre os quais o Groupama 3 de Franck Cammas, o Gitane 11 de Yan Guichard e o Cote d' Or de Bertrand Quentin. Apesar dos trimarans serem a principal atracção da regata tanto devido ás suas potencialidades em velocidade como pelo seu aspecto visual, tudo depende muito das condições meteorológicas e de mar que a frota for encontrar no Golfo da Biscais e ao longo da costa ocidental portuguesa. É rara a edição em que um destes monstrinhos não tem que desistir da prova numa destas zonas devido aos estragos causados pelo mau tempo.

A loucura de Cannes


Cannes, o salão dos megaiates fechou as portas, num clima de optimismo moderado como já não se via há muito tempo. As encomendas dos estaleiros especializados neste tipo de barcos de sonho estão no seu valor mais alto desde há uns anos, o design dos mesmos, tanto em vela como a motor, não pára de evoluir e ter-se um megaiate parece que é cada vez mais um símbolo de status económico, e social, para os mega-ricos. Para quem ainda não pode ter um (a esperança é a última que morre, não é?), aqui fica o video oficial da feira.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

O barco azul

A ideia é de Xavier Veilhon, um criativo francês com obra feita já no mundo da escultura, pintura e design: criar um barco a motor em que tudo nele fosse de uma só cor. Denominado de Blue Boat, ou barco azul, a embarcação é um dayboat de 6,90 metros
de comprimento construído artesanalmente no estaleiro austríaco Frauscher que desde 1927 se dedica à construção de barcos de recreio personalizados, e o seu motor a gasolina, um Mercruiser de 220cv, atinge a velocidade de ponta de 40 nós. Do casco
ao guiador, coberta, assentos e painel de instrumentos, obarco é mesmo todo azul (com excepção dos manómetros do painel de instrumentos que são azuis com fundo branco), ao ponto do seu nome oficial ser RAL 5015 um acrónimo da sua cor no código de cores RAL. A ideia para já é que o barco seja uma peça única, estimando-se o seu valor em perto de 300.000 euros.

De volta aos bons velhos tempos

No filme Jurassic Park, alguns cientistas particularmente criativos tinham em mente recriar dinaussauros a partir de amostras de DNA dos mesmos. Algo similar parece que vai ter lugar no mundo dos barcos graças ao estaleiro norte-americano Sparkman & Stephens (S&S) que se especializa no restauro de barcos clássicos e na construção de réplicas. A S&S pretende recriar uma série dos famosos veleiros de competição J Class que surpreenderam tudo e todos nas regatas da America's Cup que tiveram lugar em Newport, nos Estados Unidos, nos anos 30 e entre os quais se destacava o famoso Shamrock V de Sir Thomas Lipton e que ainda hoje existe. Embora a S&S não seja o único estaleiro interessado nos "novos" J Class, há pelo menos dois outros que estão também a construir barcos deste tipo, ambos holandeses - a a Bloemsma Shipyard e a Holland Jaatchbouw - a S&S é a primeira que anunciou que vai construí-los em série.



quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Ali mesmo ao lado

Tava eu ontem, e o resto do batalhão da "nautical press", deliciado a experimentar o novo super motor fora de borda da Honda em Cascais quando umas cinco milhas para oeste, mesmo entre o Guincho e o Cabo Raso, um outro indivíduo andava também a divertir-se em cima da água. E não, não era nenhum outro
marinheiro com pretensões mas sim uma linda e provavelmente jovem baleia corcunda que durante uns momentos por ali se deliciou a fazer umas simpáticas evoluções acrobáticas. Por milagre, ou quase, o feito foi testemunhado pelo nosso circum-navegador Miguel Lacerda o qual, ao que percebo, estava
de passagem por aquelas bandas. Segundo parece já no ano passado, mais ou menos por esta altura, uma outra baleia corcunda - ou seria a mesma? - resolveu um dia ir também a banhos, ou melhor falando a saltos, sensivelmente na mesma zona, junto ao baixio do Raso.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

O esperado


Até agora, a Honda tinha um "black spot" em matéria de motores fora de borda, os 115cv. O motor da marca já tinha mais de 10 anos e nos últimos anos era cada vez menos competitivo. Desde esta semana, no entanto, o problema está resolvido. E isto porque a empresa dispõe de um novo motor desta cavalagem quase 30kgs mais leve que o seu antecessor, menos volumoso e com uma série de novidades electrónicas, nomeadamente a nível de optimização da potência em baixa rotação e do consumo de gasolina e que segundo a própria Honda é "claramente" o melhor da sua classe. O motor baseia-se no mesmo bloco do utilizado para os de 135 e 150cv e deverá ter mais saída para barcos cabinados de seis, sete e oito metros de pesca desportiva, e como barco de suporte para empresas de mergulho e outros. O lançamento do motor está a ter lugar esta semana em Cascais e as primeiras unidades vendidas poderão já estar a navegar dentro de uma ou duas semanas. Para quem, como eu, que gosta de andar a "abrir" em barcos a motor, os dois barcos disponíveis para o primeiro contacto com o novo motor, não eram os mais sexys do mercado, embora do ponto de vista comercial mostrem bem

onde ele, o novo motor, pode vingar com mais força. Um era um Atlântico 540, ideal para pesca desportiva mas pouco feito para andar "à maluca" e o outro um Capelli 570, um semi-rígido bastante jeitoso e com muito bons acabamentos mas mais

feito para levar uns seis mergulhadores durante meia dúzia de milhas até ao local de mergulho a uma velocidade de cruzeiro de 15-20 nós e não tão apto para andar só com uma ou duas pessoas a 30 ou 35 nós em evoluções na maravilhosa baía de Cascais. Considerações pessoais à parte sobre os meus gostos adrenalínicos, votos para que a Honda venda muitos deles de norte a sul do país.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

O "senhor" Caravelle dos anos 60

Lançado ao mar em 1964 no estaleiro Feaddship na cidade holandesa de Aalsmeer, o Caravelle "Serena", era, e é, uma das lanchas de recreio mais bonitas dessa época. O desenho era da Voogt Naval Architects, já na altura um dos principais ateliers europeus de concepção de grandes lanchas de recreio, a qual concebeu os Caravelle em parceria com a Riva italiana. Construído em aço e com 73 pés de comprimento, o barco teve seis irmãos sabendo-se que pelo menos um outro também se encontra restaurado e em condições de navegar.